29 junho 2011

Será mesmo um dilema?...

     autor: desconhecido | fonte: www.ibm.com/blog
Deparei-me hoje com um dilema inesperado!!! Não é normal, pois até consigo antecipar estas coisas, não fosse eu um dramático pensador compulsivo em plena reabilitação... Apanhou-me de surpresa, porque além de não o esperar, tem directamente a ver com o que irei escrever, e em especial a maneira como o irei fazer. Ainda não me tinha lembrado desta questão e agora tornou-se... pertinente!
Já escrevi aqui, que não criei o blog com o intuito de "arranjar" namorada através dele. Nem muito menos, de criar um "plataforma" para encontrar pessoas e criar umas amizades coloridas... Fi-lo sim, porque precisava de passar a escrito o que sentia... como acto de expiação ou penitência pelas coisas estúpidas que me impediam de ser feliz. Isso sim!!! Essa constatação é que seria a força catalisadora da origem e seguimento das oportunidades.
É prova disso alguns dos últimos post que escrevi aqui.
No entanto (agora a génese do dilema) não me lembrei que... quando conhecesse alguém como quem gostaria de ter um relacionamento mais próximo (se me entenderem...), essa pessoa, ou "ela" inevitavelmente iria ter conhecimento do blog e de todas as informações que ele contém!!! Esta cabeça...
Agora o dilema "per si" seria em que altura do campeonato deveria eu partilhar a existência do dito?! Não é coisa que se encaixe na conversa de um primeiro café... ou que se guarde algum tempo até que exista na realidade uma "relação" e depois explicar... Uuiii, deve dar logo mal resultado!!!
Mas... e se, figurativamente,  estiver a fazer "uma tempestade num copo de água"!? E se não for assim tão importante!? Tomando de vontade o que escrevi no último post, acho que deveria levar a coisa na desportiva e não pensar muito nisso. Deixar acontecer o que tiver que acontecer, e não haverá problema!
Lembrei-me agora que ela deverá ler estas palavras um dia destes... passou-me um frio pela espinha!!! Mas não interessa, até porque ainda não "existe" nada, e como um Homem, assumo tudo o que escrevo e não me envergonho de o fazer.
Em cada dia que mantenho este testemunho, me orgulho de o fazer, e assim julgo que este "dilema" é inconsequente, e não passará de mais um acontecimento!
Claro que, um dia, esta história terá um fim... Não sei que tipo de fim será, espero que não seja miserável... mas certo é que existirá um. Até poderá ser breve... Quem sabe?...

27 junho 2011

"Não te leves tão a sério"

     autor: Campanha Sumol "Mantém-te Original" 2010 | postal
Os ombros já doridos de tanto mudar de posição, t-shirt colada às costas e lençóis desfeitos... estava já farto de estar na cama, não conseguia adormecer com aquele calor. Deixei a janela do quarto aberta, mas não entrava vislumbre de aragem que fosse. Num gesto irreflectido, afasto a almofada com vigor e oiço algo a resvalar da mesa de cabeceira, que um segundo depois foi seguido pelo estilhaçar de vidro... tida mandado o candeeiro do Ikea ao chão. Foda-se!!!... Peguei no telefone: 4:50h merda!...
Levantei-me, olhei para os vidros no chão, nem lhes toquei. Bebi um copo de água fresca fui para o sofá ver o "Constantine" que tinha gravado anteriormente. Assim que acabou o filme, tocou o despertador e fui para o ginásio. Corria há meia hora, fui ficando surpreendido por não ficar cansado e ainda "estava com pernas", não entendia. Foi só quando já estava a fazer uns abdominais que me apercebi que estava danado, irritado ou mesmo enraivecido com alguma coisa! Porreiro, pois faz com que o esforço seja suportado de outra maneira, melhor!
Já no carro, a caminho do escritório comecei a encaixar tudo... tida passado o domingo lixado, sozinho em casa, não por vontade própria, mas antes por não ter nada para fazer. Nem correr podia, pois tinha uma dor aguda no joelho, que foi interpretada como sinal irrefutável de um corpo a querer deixar de ser novo. Nesse mesmo dia tinha-me "caído a ficha" e resolvido que tinha de arranjar um trabalho qualquer urgentemente. Digo "trabalho" e não emprego (entenda-se...) Lembrei-me que sexo... já faz algum tempo! Amor, nem sei o que seja...
Como se não bastasse, uma noite em branco e um candeeiro partido...
Alguma coisa vai ter mesmo de mudar!!! (pensei eu...)
Lembrei-me que não tinha posto o relógio no ginásio, e tirei-o do saco e apertei ao pulso... no pulso esquerdo, ou seja... no pulso errado!!!
Uma coisa tão simples, mas para mim tão simbólica. Era um sinal que o próprio incosciente está ciente que tem de alterar o rumo das coisas... vou deixa-lo lá como lembrete e depois começo com outras coisas simples.
Estou farto de ser um Complicado, de levar tudo a Sério, de ser extremamente Simpático, de colocar os outros antes de mim... farto de ser Humilde, de ser bem Comportado e de não Desiludir ninguém... Cavalheiro, enfim...
Não quero saber mais!!! Vou passar a ser mais Simples, mais Linear, definitivamente mais Egoísta... vou passar a fazer aquilo que me apetece, mandar a restrita racionalidade "à fava" e desiludir quem tiver que ser...
Lembrei-me do postal que me entregue numa noite de copos no Bairro Alto. Um amigo, designer, escolheu postais da campanha distinto, digamos "personalizados" para cada... calhou-me este! Eu percebi... dá para entender bem. Há uns dias voltamos a falar nisso num jantar de aniversário, e apesar de não ser um amigo muito próximo é bem rapaz e prezo o comentário!
Vou aproveitar e deixar de pensar tanto! Não preciso de o fazer... só desgasta. Não preciso de me importar tanto... porquê!? Não vai alterar nada!!!
Enfim, como não o era, vou tentar "começar a ser original",  e atirar barro à parede da vida e ver o que acontece. Pior não acredito...

25 junho 2011

O caminho e a espera...

     autor: Joe Morgado | fonte: panoramio.com
Assim que olhei para aquele gajo no espelho, apanhei um choque... não me reconheci a mim próprio! Era um homem estranho... seco e direito, olhar distante mas com postura assertiva... os olhos raiados de veias e um sorriso de esguelha.
Tinham terminada dois frenéticos dias de contínua copofonia na terrinha e sentia o corpo feito em papa... Claramente foi beber para esquecer, mas também beber para não ter que "lembrar"... Podia ter passado os dias mais calma, mas o "Mr. Hyde" tomou o pulso ao decorrer das noites, e como se estivesse em piloto automático, os copos passavam nas mãos com se não tivessem peso específico.
Nessa manhã de sexta, molengamente escorreguei para fora da cama e fui directo à casa de banho. O duche de água fria, não foi só necessário, como também se tornou revigorante. Regenerado de algumas energias, dirigi-me à cozinha para beber água, e ainda pensei tomar um Guronsan, mas não o fiz.
Surpreendido por não estar com dor de cabeça, lá ajudei a fazer umas mudanças de electrodomésticos em casa da mãe e assim que ganhei coragem lá entrei no carro e vim em direcção a Lisboa.
Uma constante e difusa "neblina" no olhar, a boca seca e as mãos a tremer... tinha o telemóvel no banco do passageiro, não parei de olhar para ele!!! Será que tocaria?!... E seria ela?... No fundo nunca acreditei que isso acontecesse, mas isso não impedia que eu olhasse constantemente para o diabólico objecto electrónico de que nos tronamos implacavelmente dependentes.
Cheguei a Lisboa à hora de almoço e ainda consegui ir almoçar com um amigo de família. Passei a tarde a lavar roupa, e tinha um jantar de aniversário de uma amiga à noite... Andei entretido durante o dia, mas sempre que parava um pouco, só pensava nela. Será que tinha recebido o bilhete, ou talvez não!... Que coisa irritante... mas tão gira. Pareço um puto na escola, na "parte de trás do pavilhão" à espera que ela dê sinal de vida...
O jantar foi porreiro, a comida nem por isso... mas como o pessoal é simpático e ainda nos fartamos de rir! Com o decorrer da noite, vendo as horas a passar, tinha já perdido as esperanças. Iria ficar mais um dia na dúvida, e isso não era bom. Esperávamos o bolo para a aniversariante soprar as velas, quando me lembrei de ligar a net no telefone e ver os mail's.
Surpresa!!! Tinha um mail dela... Soltei uma gargalhada, e acho que devo ter ficado com um sorriso de "orelha a orelha". :)

20 junho 2011

Penso demais... mas porquê?

     Instalação "Learning to think" de Antony Gormley
Estava a ver um desses filmes manhosos de domingo à tarde, quando me aparece a seguinte frase: "He who thinks too much, is thinking too much!"
Imediatamente soltei uma gargalhada... e depois começou a fazer sentido...
É uma característica minha, e coisa que penso ser muito pessoal e bastante forte que se mantém continuamente presente em todas as minhas escolhas e actitudes que tomo. É curioso, pois nunca ponderei se é coisa que muita gente faz, ou se é unicamente problema meu...
Sim, é isso... eu penso demais!!! Tenho a noção de que o faço, e assim que alguém me aponta esse "defeito", mesmo sabendo que têm toda a razão, tento logo desculpar com o argumento que sou uma pessoa racional e não um sonhador e por isso estou sempre a ponderar sobre as minhas escolhas... Até poderia ser uma boa desculpa, não obstante do facto de continuar a ser verdade que penso mesmo demais... e se assim é, então porquê?
Dou por mim a realizar os mais complexos e intrincados "fios de raciocínio" de modo a antecipar alguma situação, ou entender os possíveis desfechos de um problema. É muito complicado explicar isto... é coisa que faço de modo sintomático e que não entendo bem como. Vou dar um exemplo:
Uns amigos convidam-me para jantar, rapidamente começa o raciocínio:
Quem vai, quem não vai... que tipo de conversas vão ter, que tipo de conversas não vou poder ter por irem certas pessoas... onde é que vamos? será que toda a gente vai se "enquadrar" no sítio onde vamos?...vai gente nova? se não vai gente nova, vale a pena ir gastar dinheiro para ter as mesmas conversas?... 
Faço isto constantemente e a toda a hora... seja no trabalho, seja na vida social. Consigo até fazê-lo a ver televisão. Aconteceu ter desistido de ver filmes a meio porque começo a divagar em pensamento, abstraindo completamente da história, sendo que depois me desinteresso completamente pelo filme.
Lembro-me que estraguei relacionamentos por estar sempre a ponderar sobre o "que fazer" e "como o fazer", a tentar antecipar o futuro... como também tenho a sensação que impedi alguns relacionamento de começarem, pois antes de existir uma verdadeira hipótese de alguma coisa acontecer, já eu me andei a desgastar e pensando: "como será que vai ser?"... ou "será que vai dar certo?"... entretanto, como estava muito ocupado a pensar, não agi... Logo não aconteceu nada!!!
Paulatinamente vou me apercebendo da anormalidade do problema e tento contorna-lo, obrigando-me a relaxar, "deixar andar" e viver a vida. 
Sinto que já melhorei um pouco. Prova disso é o tal sentimento de "normalidade", mas ainda tenho muito para resolver. Gostava de perceber o porquê disto, de modo a entender qual a melhor forma de o resolver. (penso muito nisso...)
Várias vezes fiz promessas de ser mais espontâneo... normalmente ficam por terra. Mas esta semana qualquer coisa mudou, e desprendi-me de algo.
Segui o meu instinto, e dei o salto. Não sei se foi ela... ou por ela.

18 junho 2011

O "não" está sempre garantido...!

     Audrey Tautou | fonte: edeuscriouamulher.blogs.sapo.pt
Se vos dissesse que em dezembro passado, ao sair do consultório da higienista, que tinha acabado de conhecer, não me passou pela cabeça a ideia de a convidar para sair... estava a mentir! Falando ontem com um amigo, ele até me disse: "realmente tu na altura comentas-te alguma coisa...". Nem me lembrava...
Quando o telefone deu o aviso que a consulta semestral de higiene oral era esta semana, admito que me veio à memória a imagem dela... e o nome, pois partilhamos o mesmo sobrenome (situação curiosa... e irrelevante!) mas não era coisa suficiente para ir com uma "estratégia" para a ocasião!!!
Sexta de manhã, lá fui para a clínica. Depois da informal e calorosa recepção, segui-se a entrada para o gabinete e o sentar na "maquiavélica" cadeira de dentista... nesse dia, a "cadeira" não me conseguiu atormentar!
Ela foi fazendo a limpeza... diga-se que o faz com umas admiráveis "mãos de veludo", e nada de assinalar no decorrer da consulta.
Vou só no fim, enquanto esperava que o gel fizesse efeito (com aquela enorme forma irritante de papel na boca, que me impedia de proferir qualquer tipo de som ou palavra...) e enquanto ele terminava de limpar bancada e registar os procedimentos no computador... é que o senti!!!
Olhei para ela de costas... a bata casualmente vestida, o cabelo despretensiosamente apanhado terminando num pequeno rabo de cavalo e... uma expressão facial serena e aquele olhar caloroso e familiar... acho que me fez lembrar a Audrey Tautou! Tinha que fazer alguma coisa...
É o fim da consulta. Estamos de pé junto à porta... ela profere os conselhos do costume e os votos de bom fim-de-semana e boas férias. Diz as palavras devagar, e até "mordeu" algumas sílabas... Sinto que "existe aqui alguma coisa". É mais baixa que eu, e ao olha-la nos olhos consigo ver o seu pé direito a rodopiar sobre a ponta dos dedos e a esconder-se por trás do esquerdo... Ao mesmo tempo desse pequeno gesto simples diz o último conselho: "Na próxima hora não pode meter nada na boca." Ao que eu deveria ter imediatamente respondido: "Pena, queria convida-la para tomar uma café, e assim não posso beber nada..."
Não me saíram as palavras... Dois beijos e saio do gabinete. Começo a descer o corredor, acalmei o passo e pensei que deveria voltar atrás. Fui cobarde, não o fiz. Já um pouco chateado comigo mesmo, meti-me no carro e dirigi-me para o escritório. No caminho disse para mim mesmo que iria fazer alguma coisa para rectificar esta situação, pois não queria ficar a pensar nisto durante alguns dias. Martirizei-me, pois se não tivesse começado a pensar nisso, não estava agora a "obrigar-me" a fazê-lo. Não sabia o que fazer... lembrei-me das palavras de um amigo: "O não é sempre garantido!"
Á tarde, decidi telefonar para a clinica e fazer o convite por telefone... eu sei, não é bonito... mas tinha que resolver o caso nesse dia, não queria ir "dormir sobre o assunto" pois iria acabar por esperar mais 6 meses até ter outra oportunidade. Ela tinha já saído e pior... devido ao feriado só iria estar lá na outra sexta. Fiquei lixado... tinha que esperar uma semana. Estúpido!!!
Não quero perder esta oportunidade... acho que vou deixar-lhe um cartão. Aquela manobra clássica, que neste caso é a única que me resta.
Depois disto, não é o "não" que me assunta, mas antes o "sim"...

16 junho 2011

Um dia normal!

     autor: desconhecido | fonte: trend-set-this.blogspot.com
Não seria a primeira vez que passava umas horas durante o dia a pensar sobre a escrita no blog. Qual o assunto e a maneira de o escrever. Mas deste vez foi diferente... um pouco estranho talvez! Não estava a entender o porquê da demora e da indecisão sobre isto, pois assunto não me falta... e desde que o fiel "bloco" me acompanha no espaço/tempo merecedor de ser capturado em papel, talvez até abundem! Situação essa, que leva a que alguns desses temas se entrelacem uns nos outros, tornando assim uma tarefa simples, numa obra tramada.
Decidi não me pressionar... deixar andar o dia e ver o que acontecia.
(Isto parece uma novela...)
Enquanto lavava a loiça do jantar ocorreu-me a génese do dilema..."Eureka"!!!
Reconheço agora que na maioria das vezes que me apeteceu escrever, o assunto reflectia alguma parte negativa ou triste da minha vida. Inclusive alguns apontamentos que tenho, são de situações dessas. Mas acontece que durante estes dias não me tenho sentido assim.
Então, pensei eu... baixinho para ninguém ouvir: "Se não ando triste ou pessimista, então como é que estou?!" ....hein? É uma boa pergunta!
Pensei no assunto de um modo pragmático. Feliz não estou, mas também não estou triste. Não há muito trabalho, mas ainda existe alguma coisa para fazer. Não tenho dinheiro para ir de férias, mas tenho comida no frigorífico...
Apercebi-me que estou simplesmente... normal! Nem contente, nem chateado... Apenas um gajo normal, com as suas atribulações pessoais - pois quem não as têm - que a cada dia que passa se consegue reconhecer melhor a ele próprio.
Um dia destes, ouvi em algum lugar: "Um homem feliz é aquele que quando olha para o espelho vê ele próprio." Não entendi à primeira... nem à segunda, e tinha já esquecido. Fez sentido hoje!
Reconheço-me ao espelho... já não o conseguia há algum tempo! Antecipo os meus actos, e consigo até estar em "paz" com as minhas decisões. Talvez seja por andar um pouco entretido com trabalho... talvez por sentir que tenho que deixar a vida "andar" por aprender que não a posso controlar. Não sei se isso é mau ou bom, mas sinto que é o mais certo.
Espero que o sentimento não seja resignação... Isso seria demasiado terrível.
Antes, acredito que seja um passo em frente... um passo seguro e com alcance! O romper definitivo com deambular temeroso e pouco assertivo que me caracterizou nos últimos tempos.
Já não me lembrava disto... mas que bom é ter apenas um dia normal!

14 junho 2011

Personagem, Actriz e Mulher.

     actriz: Mélanie Laurent | fonte: renatofelix.wordpress.com
Foi na 5ª feira à noite, ainda um pouco alucinado pela febre, quando me lembrei que tinha gravado a última obra do mestre Tarantino, nomeadamente o "Inglourious Bastards" na box do Meo... Decidi que estava no estado ideal para ver o filme, que não cheguei a apanhar no cinema, nem sei bem porquê!
Não me vou por aqui agora a comentar o filme em si, pois tem bastante que se lhe diga. O estilo é já reconhecido e este segui-lhe a minuta, visalmente mais clássico, mas na essência uma obra sincera e muito humana. A história cativa desde o início e de um punhado de personagem é difícil entender quem seria o protagonista principal do enrredo. 
Para mim foi uma surpresa, quando ela aparace... a Shosanna que enquanto jovem tinha fugido ao bestial implacável "Col. Landa". Não reconheci a actriz, o que acaba por captar logo a atenção e lá fui bebendo cada gesto e cada palavra à medida que sentia crescer o seu protagonismo na história e a maneira como esta começava a rodar em sua volta. 
A meio do filme, bem antes da cena que aparece na imagem, já me tinha apaixonado pela personagem! É impressionante ver a maneira fria com que planeia a vingança da morte de seus pais e ao mesmo tempo transborda uma superioridade frágil (muito francesa) ao mostrar toda a sensualidade de uma mulher que não necessita de se fazer sensual. 
Quando o filme acabou, não resisti... sucumbi ao seu charme e fiquei fã da actriz! Quis saber mais, não podia ficar por aqui!?!?. Quem seria a pessoa? Pelo nome é francesa, ou talvez não? Tive de ir descobrir...
Nascida em Paris, filha de um pai actor e como mãe uma bailarina clássica, ela própria Judia e neta de um homem que escapou à deportação dos nazis. Em entrevista diz que em pequena adora ter conseguido matar Hitler e que sempre foi uma Shosanna em pequena. Leu o guião com o avô, e não resistiu ao seu pedido: 
"Tens que fazer este filme, por favor!" 
Agora percebo a intensidade da sua interpretação, porque reconheço a proveniência e a veracidade dos subtis traços de realidade da personagem. São aqueles pequenos factores, que fazendo parte da ficção nos oferecem aquele extase que só grandes actores em enormes histórias contadas por realizadores genias nos conseguem oferecer.
Com pesar reparo que, excluindo este caso, apenas participa em filmes franceses. Películas essas que têm sempre grande dificuldade em penetrar o nosso "exclusivo" mercado cinematográfico. Esse, fica restringido a toda a trafulhice hollyodesca que nos consigam impingir e assim encher com "zombies" salas de centros comercias, onde perdura um mar de pipocas e copos de papel na alcatifa...
Apaixonei-me pela actriz... isso fez-me interessar pela pessoa, o que fez com que ficasses a respeitar a mulher! Ela é mesmo linda, e não é so pela cara...

12 junho 2011

A realidade e a ficção...

Há umas semanas descobri uma série que podia ser a descrição fiel da minha vida, inclusive da própria existência do blog. Chama-se "how i met your mother" e trata-se de um arquitecto a narrar aos filhos as peripécias que o levaram a conhecer a sua mãe, durante a sua juventude partilhada com uns amigos.
Os últimos episódios pareciam um "balde de água fria"... fiquei arrepiado só de ver, pois relacionei-me directamente. O que escrevo em seguida é quase um plágio da série, mas é factualmente o que me aconteceu.
No ano passado criei a minha empresa, que não correu bem e tive que a encerrar. Apercebi-me agora que estive demasiado tempo a criar, organizar e compor a empresa, de modo que permanece-se um sonho e não mais uma coisa que inevitavelmente eu iria estragar.
É como se tivesse desistido antes de ter começado!
Sempre achei que aos trinta, seria um arquitecto relativamente bem sucedido, a viver com a mulher perfeita e, se o destino me enganasse, talvez um puto no caminho. Em vez disso, agora sou apenas um gajo sentado na secretária em casa, à frente do Mac a tentar arranjar trabalho para fazer...
Não sei porque continuo a tentar ser ou trabalhar em arquitectura, porque será!? Acho que é porque sempre tive um "plano" na cabeça, e como sou teimoso queria leva-lo até ao fim. Ao acontecer o mesmo ao protagonista, uma amiga diz-lhe:
"Não se pode desenhar a vida como um edifício, não funciona assim! Tens de vivê-la e ela desenhar-se-á a ela própria!"
Claro que na série o episódio acaba com a narrador a descrever todos os desastres que lhe aconteceram durante os últimos anos, mas que foram esses mesmos os melhores anos da sua vida. E que senão fossem esses desastres, não teria mudado de emprego e assim finalmente ter encontrado a mãe dos seus filhos.
Eu já não posso dizer o mesmo. Tem me acontecido de tudo, e cada vez menos vejo alguma hipótese de sair disto a ganhar...
Sei que tenho de mudar alguma coisa. Não sei bem o quê, mas foi porreiro ter encontrado esta série e ficar com a certeza que a ficção pode ser bem mais real que a própria vida!

10 junho 2011

O sentimento de impotencia...

     autor: desconhecido | fonte: versiculododia.wordpress.com
Só agora consegui rastejar até à secretária e abrir o portátil... As últimas 24 horas foram das mais dolorosas que alguma vez passei e apenas me foi permitido deambular entre o sofá, a casa de banho e a cozinha para fazer chá... É daquelas coisas que não desejamos a ninguém, mas que nos acabam por acontecer uma vez ou outra. O que deu mesmo cabo de mim, foi o sentimento de impotência!!!
Aviso prévio: para aqueles facilmente impressionáveis, não continuem a ler a história, pois é extremamente nojenta e será demasiado gráfica.
Ontem, acordei bem disposto, não me apareceu ir ao ginásio, de modo que comi o pequeno almoço e fui tomar um banho antes de ir trabalhar. Só quando estava sob o duche, me lembrei que ainda não arranjei o esquentador... pareceu-me que a água estava mais fria neste dia, deu-me uma picada no estômago, mas um homem que é homem "aguenta"! Sai do duche, vesti-me e saí.
Assim que cheguei ao escritório, a dor fulminante atacou-me os abdominais e senti as cólicas a nascer... mau sinal! A dor foi tão forte que imediatamente originou vómitos e foi com um esforço brutal que consegui impedir a sua imediata sucessão... pensei rápido, meti-me no carro e fui directo para casa.
Enquanto guiava o carro, em forçada meditação que me permitisse controlar os mais básicos impulsos do organismo para se esvaziar de algo, tentei perceber a causa do acontecido. Seria intoxicação? Uma gripe? Ou... uma congestão!?
Cheguei a casa, a enorme descarga intestinal aliviou as dores fulminantes nos abdominais... a depois começaram os vómitos! A meio da manhã estava já meio desidratado, e tudo que tentava beber, saía imediatamente fora... comecei a sentir receio, sem saber o que fazer. Medi a febre estava nos 38º.
Á tarde instalou-se o sentimento de impotência que a doença catalisa. Senti-me sozinho e impossibilitado que controlar o meu destino... a febre estava já nos 39º!
Esta merda de viver sozinho é lixado... estava já incapacitado de pegar no carro e ir para o hospital. Liguei para a linha saúde 24. A simpática enfermeira com sotaque portuense, lá foi fazendo o diagnóstico, até que me diz que depois de vomitar da ultima vez, não posso ingerir nada durante 2 horas e depois disso chá, só às colheres!! Já estava tão desidratado que os labios gretavam. Pior! Não poderia tomar nada para a febre até estabilizar o estômago, dasss...
Passei uma noite terrível, apenas dormitando 15 minutos de cada vez devido às dores lancinantes nos ossos. Lembro-me de ter medido a febre e ver 39,5º...
De madrugada, já estabilizado consegui tomar o paracetamol...
Fez efeito. Já passou... Mas deixou marcas. Não gosto de me sentir assim... pequeno, frágil, incapaz, sozinho, impotente!!!
E pior, sentir-me neste estado e sem ninguém ao lado para dizer:
"Tem calma, isso já passa e vai correr tu bem"...

08 junho 2011

Um anjo na noite

     autor: models.com | fonte: trend-set-this.blogspot.com
Se, enquanto criança com os meus 8 ou 9 anos, viesse sozinho parar a um bar, a já altas horas da noite, à procura de alguém que claramente se esqueceu, será que seria apadrinhado por um ser tão angelical, com uma limpa aura e de jeito imaculado, completamente livre de defeitos genéticos e/ou provenientes do decorrer normal da nossa estúpida existência banal e quotidiana??? 
Talvez não!... Mas o modo como esta criança foi tratada, tanto pelo efectivo do bar e posteriormente pelo "anjo", foi lindo de se ver. Talvez fosse uma sorte do rapaz... ou um simples acaso! Nesta noite, eu acredito que foi mesmo uma inevitabilidade do destino!
Ela é tão linda!... Não consigo ir falar directamente com ela... Vejo um energumeno qualquer a ir na sua direcção. Não lhe reconheço uma intenção satisfatória, e ela acaba por o admitir! Merda... podia ter sido eu!  Assim que a vi, devia ter ido logo falar com ela! E não fui... ESTÚPIDO! Não serves mesmo para nada!!!
Bem... já não podes fazer nada. Agora vais ver o concerto e pedir mais um copo. Tanta coisa por algo que era tão pouco.
Mas... e ela fosse aquela?! Se eu acabasse por verificar que era mesmo a tal!?!? Seria um espanto... o verdadeiro extase... inubitavelmente provava que nada seria impossível!
Creio que são "formas sublimes" do sexo feminino... que aparecem quando menos esperas, normalmente no final da noite! Como um vulto qualquer numa fria noite de inverno em que a neblina esmorece nas húmidas ruas e o sonho transparente se perde na penumbra da nossa pobre existência...
Agradava-me uma interacção humana... e essa era difícil pois tornaria o contacto físico inevitável e isso... tornaria-se impossível de controlar... Como podia eu entender isto, num "encharcado" sábado à noite descontinuado de uma manhã de domingo impossível de enfrentar.
Oiço: "Eras tu que estavas atrás de mim? Estás tão magro!!"
Penso: Estou tão bêbado...
Trecho retirado do "Bloco de Notas" sobre os acontecimentos da noite de 4 je Junho no Alcopázio Bar em Alcobaça.

06 junho 2011

Bloco de notas... ou memórias perdidas.

     autor: desconhecido | fonte: bronx1985.wordpress.com
Não me apetecia escrever... talvez pelo estado letárgico em que fiquei após outro fim-de-semana de fútil borga boémia na terrinha do costume. Estado amplificado pelo assistir de mais uma eleição ao jeito de "crónica de uma morte anunciada" onde antes da eleição acabar já "meio mundo" conhecia o seu desfeito, e onde os votos em branco quase metiam um lugar vazio no parlamento...
Não me apetecia escrever... Não, esperem!!... Não me apetecia escrever nada de muito sério ou complexo, e mesmo assim, tive que vir escrever qualquer coisa! Não percebo esta ambiguidade que se apoderou de mim. Será porque me sentirei "na obrigação" de vir aqui escrever alguma coisa, ou antes por sentir que preciso mesmo de o fazer? Será por me ter tornado viciado na escrita, ou antes por ansiar os comentários de ilustres desconhecidos e alguns leitores frequentes?!...
Não sei, mas venho escrever... e continuarei a fazê-lo.
Passei a andar sempre com um pequeno bloco de notas! Nunca pensei fazer tal coisa, e tenho a certeza que em alguma altura da minha vida disse mal de alguém que também o fazia. Lá pensava o estereotipo padronizado: "Olha, mais um intelectual de esquerda!" Considerava-os as pessoas hipócritas que se desligavam das conversas para escrevinhar em blocos de notas e acreditava que o faziam "de propósito" de modo a parecem mais inteligentes do que realmente eram...
Agora sou eu! Dei por mim, num balcão de um bar a ouvir música, com um mini à frente e a escrever... acho que escrevi em todos os locais onde passei na noite de sábado. Ainda não tinha aberto o bloco até hoje... apanhei uma surpresa! Consigo ver, através do que escrevi e do modo que escrevi, o paulatino aumento da bebedeira! Genial... claro que a escrita não é linear, e vou ter de descodificar.
São comentários, histórias, divagações ou desabafos que viram a ser tema de conversa outro dia, números de telefone e até o nome de uma rapariga apontei...
É de alguém que não conheço, nem tenho a certeza de quem é, mas que devo ter perguntado a alguém qual era o seu nome... lindo!
Consigo descortinar a última fase que escrevi:
"Seria impossível admitir alguém que viesse desafiar o decorrer normal da noite!"
Não faço a mínima ideia do que estava a falar...

02 junho 2011

Rectificação... porque fui desonesto!

     autor: desconhecido | fonte: itscarols.tumblr.com
Tenho a mania que sei tudo!!! Foi isso que me levou a aperceber recentemente que às vezes devo ser um indivíduo mesmo "chato". Creio que o faço em certas situações, e que nesses momentos não me consigo controlar... normalmente só falo das coisas de que sei, e por isso, quando falo nelas, faço-o afincadamente com com alguma frontalidade... É do tipo "House"(deve ser por isso que gosto tanto da série), o que naturalmente, ao olhos de outros, irá parecer uma atitude impetuosa!
Já não é a primeira vez que dou comigo num jantar e a deixar-me levar por situações em que preferia ter ficado calado... e creio que à medida que vou tendo melhor a noção desta "falha", vou começando a avaliar melhor aquilo que digo. Mas agora não aconteceu a falar de alguma coisa... mas antes a escrever aqui!
E, se falo com frontalidade das coisas que sei, também sou o primeiro a denunciar o erro e assumir a responsabilidade pelo facto. E dito, a rectificação "per si".
Após algum tempo a escrever continuamente neste pequeno confessionário de palco em teatro aberto ao público, creio que me deixei levar pela corrente e cometi um erro que considero grave. O último post que deixei, foi de algum modo importante para mim, e terminei-o a enunciar que gostava de ser "engatado".
Ora, isso é uma verdadeira incoerência da minha parte, pois isso é coisa em que não acredito e que julgo ser ferramenta de trogloditas sem qualquer tipo de nobreza ou cariz romântico. Sendo eu - ou pelo menos pensando ser - um cavalheiro com resquícios de modos tradicionalistas e ténues afinidades com o romantismo clássico, nunca seria capaz de utilizar tal "ferramenta" e muito menos esperar, ou permitir, que um ser tão divino e singular como a Mulher o faça!
O que eu pretendia dizer no remate final do post, é que gostava de ser... Seduzido! Sim, apenas seduzido...
Tenho saudades... conhecer alguém, por quem não nos sentimos imediatamente atraídos, e começar a ver, ouvir e sentir alguns sinais! Aquelas pequenos sinais ténues quase imperceptíveis, que nos fazem pensar a caminho de casa: "O que seria que ela queria dizer com aquilo?"
Paulatinamente entender a sua pretensão, aperceber da sua proximidade e ir oferecendo espaço, até que... aparece o primeiro beijo.
Como aquele primeiro beijo com a primeira namorada, lembram-se? Aquele beijo pelo qual todos os beijos seguintes da vida serão comparados e que inevitavelmente irão ficar aquém.
Eu não quero que metam conversa comigo.! Eu queria era ser seduzido por alguém que não conheço...