autor: desconhecido | fonte: reencontros-dinamc.blogspt.com
Hoje acabei o trabalho já tarde... tinha de finaliza-lo hoje porque queria ir amanhã para a "terrinha" e leva-lo comigo. Consegui ainda ir cansar-me ao ginásio - não o tenho conseguido fazer com assiduidade - que já tinha saudades... não tinha planos para hoje à noite, decidi que iria beber uma garrafa de vinho ao jantar.
A caminho de casa, lembrei-me que só tinha "reservas" e devia ir comprar algum nectar mais "em conta". Acabei por levar do super uma botelha de Porta da Ravessa (pois os tempos estão difíceis...) que abri ao começar a preparar um arroz de salmão e cogumelos. Mas assim que metei o primeiro copo na boca... raiva! Que merda de vinho!...Nem valia os míseros dois euros e meios que paguei por ele. Após o primeiro gole, não consegui proseguir tal trabalho, e decidi meter novamente a rolha na garrafa e guarda-la para outras nupcias...
Mas, e agora!? O que é que eu faço...
Olhei desesperado para o stock caseiro... encontrava-se já está muito diminuto! Á falta de grande escolha, peguei numa Quinta da Alorna Reserva 2007 e nesse instante pareceu-me disposta... sentia-a pronta e permissiva para ser aberta!
Não vacilei e assim que o nectar bateu no copo de pé alto, os aromas floresceram e tocando levemente na alma dorida por uma semana chata e sem jeito, lembrando outros tempos... e outras e bastante interessantes companhias!
A primeira "boca" não trouxe surpresa.... mas foi já no acompanhamento do belo prato, confeccionado com primazia, que me lembrei dela!
Tinha gravado um programa à uns dias no Meo... um episódio do "Gostos e Sabores" do chefe Hélio Loureiro na Adega Mayor com uma das enólogas... a bela e conhecedora Rita Carvalho.
Recordei as palavras do chef nesse episódio: "A vida é demasiado curta para se beber mau vinho!" Lindo!... Já me fez sentido na altura, mas agora... ganhou completamente outra amplitude!
Já em plena degustação, o vinho que tinha acabado de abrir tinha já "evoluído" à mesa...tornando-se mais complexo à medida que o tempo passava, "escondendo" aromas nas curvas do copo e desvendando traços de personalidade à medida que ia respirando. Aliás, como é característicos de um reserva deste tipo... e paulatinamente, ia me lembrando dela a falar sobre os vinhos da herdade do Comendador Nabeiro.
Sitia-o bem!... Tanto na primeira vez que vi, como no caso dela mais recentemente. Qualquer coisa de tão subtil e interessante que me arrepia e me deixa derrotado... Uma mulher!... Uma bela mulher a falar de vinho, e com um conhecimento apaixonado, nobre, profundo e sentido! Fosse sobre as castas Syrah e Petit Verdot que eram o sal e pimenta dos vinhos da adega; ou sobre as barricas de carvalho francês e americano que oferecem as diferentes notas de complexidade ao vinho; etc.
Gostava de conhecer e de me envolver com alguém que tivesse uma paixão destas... com esta particularidade e nobre gosto pelo (re)confortante e meio catalisador de bons momentos que é o nosso bom vinho.
Eu já o sabia... mas agora verifiquei a minha certeza!
Quando me perguntam o que vai bem com este vinho!?...
Talvez a companhia dela... d'aquela pessoa!
My dear friend, tenho na gaveta dos pendentes fazer um curso de vinhos. Sempre gostei das andanças do Senhor Baco e, embora perceba muito menos do que realmente gostaria, é uma área em permenente aprofundamento. Tenho a sorte de ter um grande amigo que é enólogo, e que estou sempre a "chatear" com perguntas disto e daquilo. Volta e meia juntamos um grupinho pequenino e fazemos umas provas moderadas por ele. É fabuloso!
ResponderEliminarBoa! Depois dás umas dicas. ;)
ResponderEliminarNão tenho competências para tal, mas espero um dia vir a ter
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