05 setembro 2011

"como tornar-se doente mental"

     "Le fils de l'homme" René Margritte (1964)
Acho que estou danificado... não! tenho a certeza que estou ou que sou estragado ou "partido"... de certa maneira, não estou na perfeitas das condições... ou antes, em condição nenhuma de jeito!
Não é novidade... não! Mas sempre existe um restício qualquer de esperança em que "a coisa" mude de alguma maneira... ou que paulatinamente a corrente me leve para uma parte mais limpa...
Como não bastava já andar com uma bebedeira do tamanho do mundo - pois não é normal um gajo conseguir beber tanto álcool e durate tanto tempo sem ir parar a uma qualquer urgência hospitalar - a chatear e importunar a totalidade dos amigos / conhecidos e trabalhadores dos bares na terrinha.... mas tinha que armar confusão com uma amiga de escola!...
Não sei explicar, deu-me para ali! E nem me consigo lembrar bem porquê... Espero e peço a todos os "santinhos" não lhe ter arranjado confusão e não ter estragado uma amizade.
Mas como não sou, de certeza absoluta, uma gajo "normal"... isso não bastou e tinha de arranjar qualquer coisa ainda mais complicado para me meter antes de a noite definhar e dar lugar à manhã inevitável de domingo.
Sim... fui-me meter com ela! Alguém com quem, provavelmente não devia me meter... acredito que muita gente o pense, mas também pouco me estou a ralar com isso. Certo é que uma conversa estúpida com os copos já perto das seis da manhã, sobre o passado e algumas infelizes experiências que temos em comum, acabou por revelar "alguma coisa" e..  não consegui resistir.
Sinto que a apanhei de surpresa!... Pois é perfeitamente normal, porque até eu fui completamente surpreendido por aquilo que fiz.
É uma daquelas coisas que, só passando por elas... a assim aconteceu!
Se pensar um pouco, e conhecendo-a desde novo, lembro que sempre lhe achei piada... não! Não é piada... talvez a achasse interessante, misteriosa e diferente! Sim... diferente e distinta de todas as "outras"... fora dos parâmetros normais.
Ou seja, eventualmente... conhecendo me como sou, eu tinha que me interessar! Acho que há algumas semanas tinha comentado isso com um amigo quando me tentaram fazer um "arranjinho" com alguém por quem não tenho interesse nenhum... deve ter ficado no incosciente.
Há uns valentes anos... numa idade em que os amigos andavam todos em grupos ou "círculos" e eu passei um pouco por todos... chegamos a conviver bastante. Claro que há altura... eu um verdadeiro "betinho" que tinha a mania que era rebelde, ela por outro lado era "outra coisa" (...) e não tinha nada a ver.
Agora, não sei... talvez! Porque não!?
O domingo foi lixado... sem saber o que fazer... dor de cabeça brutal e o organismo a dar avisos de saturação e lembretes para ganhar juízo rapidamente! Antes de me vir embora para Lisboa passei os olhos pela estante no quarto e vi o livro. Peguei nele, nem o abri... não me lembrava que o tinha, mas agora fazia todos o sentido. Atirei-o para dentro da mala.
Na altura acho que pensei: "Já que sinto que estou a perder o juízo, então porque não ler sobre o assunto!"
Qual livro!? Há, o livro é o "como tornar-se doente mental" do J. L. Pio Abreu.

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