02 setembro 2011

O vinho... e mulheres que falam de vinho!

     autor: desconhecido | fonte: reencontros-dinamc.blogspt.com
Hoje acabei o trabalho já tarde... tinha de finaliza-lo hoje porque queria ir amanhã para a "terrinha" e leva-lo comigo. Consegui ainda ir cansar-me ao ginásio - não o tenho conseguido fazer com assiduidade - que já tinha saudades... não tinha planos para hoje à noite, decidi que iria beber uma garrafa de vinho ao jantar.
A caminho de casa, lembrei-me que só tinha "reservas" e devia ir comprar algum nectar mais "em conta". Acabei por levar do super uma botelha de Porta da Ravessa (pois os tempos estão difíceis...) que abri ao começar a preparar um arroz de salmão e cogumelos. Mas assim que metei o primeiro copo na boca... raiva! Que merda de vinho!...Nem valia os míseros dois euros e meios que paguei por ele. Após o primeiro gole, não consegui proseguir tal trabalho, e decidi meter novamente a rolha na garrafa e guarda-la para outras nupcias...
Mas, e agora!? O que é que eu faço...
Olhei desesperado para o stock caseiro... encontrava-se já está muito diminuto! Á falta de grande escolha, peguei numa Quinta da Alorna Reserva 2007 e nesse instante pareceu-me disposta... sentia-a pronta e permissiva para ser aberta!
Não vacilei e assim que o nectar bateu no copo de pé alto, os aromas floresceram e tocando levemente na alma dorida por uma semana chata e sem jeito, lembrando outros tempos... e outras e bastante interessantes companhias!
A primeira "boca" não trouxe surpresa.... mas foi já no acompanhamento do belo prato, confeccionado com primazia, que me lembrei dela!
Tinha gravado um programa à uns dias no Meo... um episódio do "Gostos e Sabores" do chefe Hélio Loureiro na Adega Mayor com uma das enólogas... a bela e conhecedora Rita Carvalho.
Recordei as palavras do chef nesse episódio: "A vida é demasiado curta para se beber mau vinho!" Lindo!... Já me fez sentido na altura, mas agora... ganhou completamente outra amplitude!
Já em plena degustação, o vinho que tinha acabado de abrir tinha já "evoluído" à mesa...tornando-se mais complexo à medida que o tempo passava, "escondendo" aromas nas curvas do copo e desvendando traços de personalidade à medida que ia respirando. Aliás, como é característicos de um reserva deste tipo... e paulatinamente, ia me lembrando dela a falar sobre os vinhos da herdade do Comendador Nabeiro.
Sitia-o bem!... Tanto na primeira vez que vi, como no caso dela mais recentemente. Qualquer coisa de tão subtil e interessante que me arrepia e me deixa derrotado... Uma mulher!... Uma bela mulher a falar de vinho, e com um conhecimento apaixonado, nobre, profundo e sentido! Fosse sobre as castas Syrah e Petit Verdot que eram o sal e pimenta dos vinhos da adega; ou sobre as barricas de carvalho francês e americano que oferecem as diferentes notas de complexidade ao vinho; etc.
Gostava de conhecer e de me envolver com alguém que tivesse uma paixão destas... com esta particularidade e nobre gosto pelo (re)confortante e meio catalisador de bons momentos que é o nosso bom vinho.
Eu já o sabia... mas agora verifiquei a minha certeza!
Quando me perguntam o que vai bem com este vinho!?...
Talvez a companhia dela... d'aquela pessoa!



3 comentários:

  1. My dear friend, tenho na gaveta dos pendentes fazer um curso de vinhos. Sempre gostei das andanças do Senhor Baco e, embora perceba muito menos do que realmente gostaria, é uma área em permenente aprofundamento. Tenho a sorte de ter um grande amigo que é enólogo, e que estou sempre a "chatear" com perguntas disto e daquilo. Volta e meia juntamos um grupinho pequenino e fazemos umas provas moderadas por ele. É fabuloso!

    ResponderEliminar
  2. Não tenho competências para tal, mas espero um dia vir a ter

    ResponderEliminar