18 setembro 2011

Mudança de ritmo...

     Stillframe do video-clip: "Slowdance"| Matthew Dear
Como tinha ficado sem trabalho em Lisboa, decidi ir passar uma temporada à terrinha, e aproveitando a época da fruta, lá fui eu (qual proletariado resignado) para a sua apanha. Em tempos de crise, temos que aceitar aquilo que nos é disponibilizado... E sim... como ia para a terra natal, sempre iria encontra-la!
Tinha passado duas semanas sem a ver. Apenas as fugazes trocas de mensagem por telemóvel - tão habituais e sempre inevitáveis em situações do "género" e em relacionamentos deste tipo.

Foram aqueles olhos, de um nobre e agradável castanho escuro, tão reconhecíveis, sem qualquer tipo de julgamento ou demais hipócritas expectativas que se tornaram na seiva que alimentou as últimas noites.

A partilha de um café... um jantar... uns copos à demasiado tempo adiados,  serviram para recordar o background conjunto, voltar a saber da família, as histórias da vida e os amigos em comum. Foi como voltar a provar uma comida reconfortante feita por alguém próximo.
Mas sempre que falamos de "nós"... a coisa torna-se mais complicada e a comunicação parece falhar! Não sei... talvez falta de hábito, algumas reservas... diferenças de personalidade e expectativas.
E assim, ficamos na dança do relacionamento...
O importante foi sentir a alteração de ritmo! A mudança radical de atitude... Fazer qualquer coisa, porra! Não tinha trabalho, fui apanhar fruta. Andava hiper nervoso, a "pensar na vida" e o trabalho manual, completo de sujidade, roupa estragada, braços arranhados, unhas imundas e músculos doridos acabou por ser libertador. Numa outra altura qualquer... antigamente, seria um suplício! Um transtorno e uma crise horrível... Agora, vamos andando e não vale a pena pensar muito.
Irei aceitar, diz sim, aquilo que me for naturalmente oferecido.
É engraçado... durante estes dias lembrei-me de uma frase que "apanhei" num qualquer filme e que tinha escrito no bloco de notas:
"If you get good at surviving, you forget why you are doing it for!"
Nada conseguiria pintar melhor esta fase da minha vida! Apanhei-me a andar constantemente a tentar sobreviver no meio de demónios e teorias complexas...  Já pouco ou nada me lembrava do "para quê" de isto tudo!
No fim de contas... basta partilhar um pouco da vida e apenas ansiar para estar perto desse "alguém".

2 comentários:

  1. Sobre essa frase, poderias dizer-me quem é o autor sff?

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  2. Desculpa Daniela, mas apanhei a frase num filme... nem me lembro do título.

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