28 fevereiro 2011

"A Single Man"

Já pouco me lembro da última vez que um filme me impressionou tanto... Não porque seja o melhor filme de sempre, mas talvez por ser um dos mais simples.
Esta primeira longa metragem do Tom Ford surpreende pela história: o dia em que um homem se decide suicidar e nesse dia descobre que adora a vida...e não conto mais! Claro que o enredo é mais complicado que isso, pois o protagonista é gay, a história passa-se nos anos 60 e é passado 8 meses depois de morrer o amor da sua vida...(curiosidade: o filme é baseado num livro de um escritor gay, que escreve sobre gente gay e foi realizado por um gay... e sim! - só para as meninas - aparecem uns cus masculinos no filme que foram bem apreciados pelo público feminino que assistia ao filme comigo).
Apesar de tudo isto, fez-me realmente lembrar o quanto passamos a apreciar as pequenas coisas da vida, logo após a ter desistido dela... Recordo inúmeras, e talvez demasiadamente recorrentes, vezes em que estando farto desta merda toda disse para mim próprio: "quero só morrer...", para nesse mesmo momento surgir um reconfortante surto de felicidade por sentir na cara os primeiros raios de sol num início tímido de primavera, após um longo e árduo inverno...
Como no domingo passado - curiosamente no dia seguinte a ter visto o filme... - quando depois de almoço decidi ir simplesmente andar um pouco a pé. Enquanto deambulava pelos bairros de moradias isoladas, com uma brisa fresca de inverno no pescoço, senti o suave, morno e débil sol de inverno na cara e ao mesmo tempo, o cheiro longínquo de fumo da provavelmente última lareira que irei sentir este ano... Adoro isto!!!... as pequenas coisas. E creio que também gostava de as partilhar com quem as aprecia e gosta de as saborear.

Sem comentários:

Enviar um comentário