17 abril 2011

Autocomiseração

obviousmag - Hotel Grace Santorini
Queria estar longe, bem longe... num lugar diferente, que me fosse estranho e que me despertasse a curiosidade e a fantasia. Andar por lá incógnito, apenas deambular por ruas e vielas, praias e falésias...
Podia ser aqui na ilha de Santorini no sul da Grécia!
Estou farto que ficar enclausurado neste meu auto exílio! Começo a desconfiar que esta estúpida atitude se vá tornando num hábito recorrente e catalizador de uma espiral de um negativismo com leves toques depressivos.
Tenho pena de mim mesmo...
É incrível como consigo arranjar inúmeras desculpas, na maioria das vezes completamente imbecis, para me impedir de usufruir da vida e apenas ir!!!
Se não for por causa do tempo, é por causa da distância... se não for por causa da falta de companhia, é por causa de não ligar a ninguém a convidar... se não for por causa do dinheiro, é normalmente por falta dele.
Precisava de ter alguém para me "lançar" um desafio, alguém, por quem (eu) fosse para aqui e para ali, sem pensamento ou remorsos, dúvidas ou incertezas.
Precisava de alguém que fizesse sobressair todo o potencial, que desse luta, puxasse e me desafiasse, que fizesse de mim um homem melhor... pois eu estou com dificuldades!
Vou correr para a marginal... apanhar um bocado de sol!!! Acho que vou com a imagem da piscina panorâmica do Hotel Grace Santorini na mente.

11 comentários:

  1. Desculpa se estou a ser agressiva, mas o motor da tua vida temos que ser nós mesmos... É esse o passo mais dificil... Os outros? Se lhes dermos asas, fazem de nós fantoches...

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  2. Porque já inventei para as mesmas desculpas para mim mesma fica aqui o meu testemunho: à noite, numa noite qualquer, já bem tarde, quando a razão está meio adormecida, naveguei por uma página web de viagens e... marquei. E fui. Sozinha. Uma e outra e outra vez. Às vezes sem grande vontade. Cheia de receios. Olhando para todas as filas do avião e vendo apenas casais e famílias. Desejando ter alguém com quem partilhar tantos sítios bonitos que conheci. Mas fui. Pior seria estar sozinha e não ter vivido nada daquilo. Por isso... força!

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  3. Obrigado FlyIII! Sim, percebo-te... e fiz isso uma única vez, fui a Paris um fim-de-semana para ver um concerto de Suede...e passei pelo mesmo! Tens razão, vou voltar a fazê-lo! :)

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  4. Concordo completamente com a Fly111, eu tambem me sinto assim, mas vou..ou deixo-me ir.
    Já fui sozinha para o México, pensava eu que iria passar umas férias miseráveis, mas acabei por fazer amigos que duram até hoje.
    Não faças a tua vida depender de alguem, não entregues a alguem o teu bem mais precioso.
    Eu pelo menos vou tentando, nem sempre consigo, mas tento.
    Teresa

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  5. Este é o texto com a qual mais me tenho debatido... Palavra por palavra medo por medo... não sei bem o que ainda me prende aqui em lx.Tenho estado a ver empregos fora de Lisboa e viagens low cost. dinheiro e companhia são a questão principal. A minha questão é que sou demasiado independente. tao independente que me dizem que o sou demasiado para o meu proprio bem. tal como tu preciso de algo ou alguem que me desperte para algo mais do que a continuação dos dias. mas sou a pessoa mais sozinha que conheço.Acho que a palavra certa aqui é mesmo arriscar.

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  6. Sim, parece-me ser a melhor atitude... todos aqueles que vejo a dar um passo de risco, de seguido vejo-lhes um brilho nos olhos. Deve ser do saber que tomaram pulso à vida... Eu sou comodista demais sair do meu meio, e tenho pouca coragem para arriscar.
    Mas sei que, tendo alguém comigo, alguém certo... sou capaz de fazer coisas incríveis! Enfim...

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  7. Hugo, continuas a fazer depender a tua felicidade de outros, eu sei que é fácil falar até porque eu debato-me muitas vezes com as mesmas questões que tu, contudo, ás vezes chuto tudo para o alto e depois logo vejo no que dá, prefiro sempre arrepender-me do que fiz do que deixei de fazer.
    A tua felicidade só a ti te diz respeito.
    Eu tenho 38 anos e também não tenho namorado, óbviamente que me sinto como tu muitas vezes, mas recuso-me, ou pelo menos tento, não fazer depender dos outros a minha felicidade.
    Gostava de ter com quem comentar o filme ou o livro, mas não tenho paciência, não é isso que me impede de ir sozinha ao cinema, por exemplo.
    Quanto ao comodismo, não existe ninguem mais comodista que eu...garanto-te!
    Teresa
    (isto sai como anónimo porque eu sou naba nisto...noutras coisas tambem, mas não vêem a caso...lol

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  8. Não consigo, Teresa, não consigo... Estou a chegar ao limite das minhas forças, na tentativa vã de lutar contra a corrente e enfrentar inúmeras adversidades. Sei que é estúpido, mas sinto que precisava de um "muleta", uma "bóia", alguém que me desse apoio e por quem eu sentisse a necessidade de me transcender!!! E assim, "dar a volta por cima".
    Hoje é um dia mau, estou mesmo em baixo... só me vem à memória a frase do Colin Firth no filme "A Single Man": Just get through the goddamn day.

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  9. Claro que consegues, se eu ás vezes consigo e sou uma pessimista por natureza, porque é que tu não "hades"(gosto desta calinada) conseguir?
    É dificil, eu sei, eu passo pelo mesmo que tu e outros milhões de pessoas também, mas não podemos ficar presos a isso.
    Também sei que falar é fácil e muitas das vezes ou raramente até, não consigo pôr em prática aquilo a que me proponho, mas não podemos baixar os braços.
    Tu já tens essa pessoa que te ajuda a transcender, és tu mesmo!
    Acredita quando te digo que sei o que é que estás a sentir, ás vezes penso, isto poderia ter sido escrito por mim, se eu escrevesse tão bem...
    Teresa

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  10. Pelos visto estamos todos no mesmo barco, acho que qualquer dia temos que fazer uma terapia de grupo...lol
    Tanta gente sozinha a precisar companhia que qualquer dia já dá para nos juntarmos e molhar os ombros uns dos outros.
    Teresa

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