12 junho 2011

A realidade e a ficção...

Há umas semanas descobri uma série que podia ser a descrição fiel da minha vida, inclusive da própria existência do blog. Chama-se "how i met your mother" e trata-se de um arquitecto a narrar aos filhos as peripécias que o levaram a conhecer a sua mãe, durante a sua juventude partilhada com uns amigos.
Os últimos episódios pareciam um "balde de água fria"... fiquei arrepiado só de ver, pois relacionei-me directamente. O que escrevo em seguida é quase um plágio da série, mas é factualmente o que me aconteceu.
No ano passado criei a minha empresa, que não correu bem e tive que a encerrar. Apercebi-me agora que estive demasiado tempo a criar, organizar e compor a empresa, de modo que permanece-se um sonho e não mais uma coisa que inevitavelmente eu iria estragar.
É como se tivesse desistido antes de ter começado!
Sempre achei que aos trinta, seria um arquitecto relativamente bem sucedido, a viver com a mulher perfeita e, se o destino me enganasse, talvez um puto no caminho. Em vez disso, agora sou apenas um gajo sentado na secretária em casa, à frente do Mac a tentar arranjar trabalho para fazer...
Não sei porque continuo a tentar ser ou trabalhar em arquitectura, porque será!? Acho que é porque sempre tive um "plano" na cabeça, e como sou teimoso queria leva-lo até ao fim. Ao acontecer o mesmo ao protagonista, uma amiga diz-lhe:
"Não se pode desenhar a vida como um edifício, não funciona assim! Tens de vivê-la e ela desenhar-se-á a ela própria!"
Claro que na série o episódio acaba com a narrador a descrever todos os desastres que lhe aconteceram durante os últimos anos, mas que foram esses mesmos os melhores anos da sua vida. E que senão fossem esses desastres, não teria mudado de emprego e assim finalmente ter encontrado a mãe dos seus filhos.
Eu já não posso dizer o mesmo. Tem me acontecido de tudo, e cada vez menos vejo alguma hipótese de sair disto a ganhar...
Sei que tenho de mudar alguma coisa. Não sei bem o quê, mas foi porreiro ter encontrado esta série e ficar com a certeza que a ficção pode ser bem mais real que a própria vida!

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