Depois de jantar, já noite dentro, dei comigo a atravessar um descampado com quatro amigos, tendo como objectivo encontrar os estúdios Nirvana num qualquer "cabeço de morro" em plenas terras de Barcarena. Após longa discussão sobre a valia de ir a pé, e qual seria a distância a andar, ganhou a facção local com o argumento da nostalgia de não o fazer há muito tempo. Excelente!
Mas voltando atrás... após ter combinado jantar com um grande amigo, comentou-se a existência de um concurso de bandas nas redondezas - mais propriamente o "Oeiras Band Sessions" - o que vira certamente a "fazer" a noite. Acabamos por ser cinco amigos a ir, e possivelmente as namoradas de dois deles a ir lá ter.
Dentro do complexo, após a respectiva análise do local, foi chocante ter conhecimento que só existia um bar, e que estava a ser governado por indivíduos já conhecidos, e sem qualquer tipo de vontade de fazer um bom trabalho... rapidamente veio a notícia: não havia "Coronas" frescas! Resignados a ter copos de plástico com imperial, com um boletim de voto no bolso, lá fomos apanhando alguns conhecidos e amigos até que começaram os concertos.
Arrancaram os "Sopas de Cavalo Cansado" com o seu punk rock desconexo em português com letras orgânicas e conturbadas, seguidos dos "Kapput" mostrando um rock simples de estilo forçado, com acordes básicos e sem conteúdo... Entretanto, a fila para a imperial era já impossível de enfrentar, fomos arranjando meios subversivos para conseguir beber qualquer coisa!
Começaram os "The Yardangs" com duas guitarras imaculadas a engrandecer o conjunto, excelente voz e bom sentido de orquestração e construção - do tipo Soundgarden meets Led Zeplim - comentei: "We have a winner!"
Com um nome impossível de pronunciar, os "Puntzkapuntz" encheram o palco com uma forte presença no estilo Ska e uma vocalista energética. Mudanças de ritmo perturbadoras, um guitarrista a querer dominar o conjunto e musicas de "chouriço" onde enfiaram todos os estilos que encontraram... não!
Antes da última, os "Aykien" de um metal básico, óptimo som de saída, mas com as normais manias que a que o estilo obriga... apareceram os "Mulher/Homem", um trio com imperceptíveis letras em português, com som super amplificado e seco, revelando a masturbação criativa de um ego pouco digno.
Acabaram os expectáveis por passar a uma final a que não assisti, numa noite bem passada, que no final me fez chegar um "Corona" bem fresquinha e que fez imergir a vontade de repetir!!! Afinal há dias que nos fazem chegar noites assim... noites surpresa!
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